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Diversidade

  • Compartilhando
  • 6 de jan. de 2021
  • 3 min de leitura

Atualizado: 13 de set. de 2021



Não basta ser um quadro bonito na parede: desacompanhado de um profundo desejo de mudança, o discurso da diversidade não tem força de transformação, ele se esvazia em falácia, mera peça decorativa. Para se beneficiar plenamente desse paradigma, precisamos adotar um olhar de aprendizagem e estar realmente dispostos a remodelar a cultura corporativa e as estruturas de poder que vigoram nas organizações. É preciso querer aprender com as tão festejadas diferenças.


“É hora de trazer à prática uma nova maneira de pensar”, defendem Robin J. Ely e David A. Thomas, que assinam um artigo sobre o tema na Harvard Business Review de dezembro/2020. Segundo estudos realizados pela dupla, empresas que adotam uma forma radicalmente nova de compreender e alavancar a diversidade podem colher os benefícios completos de uma força de trabalho diversificada. E essa nova forma envolve não apenas o recrutamento e a retenção de mais pessoas dos grupos identitários A ou Z - até porque aumentar a representatividade nos quadros de funcionários não produz benefícios automaticamente – inclui sobretudo o aproveitamento dos conhecimentos e experiências relacionados à identidade como recursos valiosos para pensar outros jeitos de desempenhar melhor o trabalho.


PARA ALÉM DO LUCRO


Nesse exercício, é interessante abraçar uma visão mais ampla de sucesso que englobe aprendizado, inovação, criatividade, flexibilidade, equidade e dignidade humana. Para a dupla de estudiosos americanos, a primeira tarefa dos líderes deve ser construir confiança criando um local de trabalho onde as pessoas se sintam seguras para se expressar livremente. Isso requer estabelecer um tom de discurso honesto e ficar confortável com a vulnerabilidade - a própria e a dos outros. “Em certos episódios, o papel do líder é simplesmente iniciar um diálogo, reconhecer sua dor e a de seus colegas e dar-lhes espaço para falar sobre suas experiências dentro e fora da empresa, se desejarem”. Ou, seja, nem sempre é preciso ter soluções - e há momentos que não exigem nenhuma - apenas a disposição de falar com a alma e ouvir com compaixão tudo o que a equipe puder compartilhar.


Quem está com a mão no leme deve passar pelas mesmas mudanças de coração, mente e comportamento que desejam para a organização como um todo. Aprender como os sistemas de privilégio e opressão - racismo, sexismo, etnocentrismo, classismo - operam na cultura mais ampla. Reconhecer que existem pontos cegos e perceber como suas defesas pessoais podem interromper o aprendizado - o seu próprio e o de sua organização - após um acerto de contas desconfortável com seus preconceitos.


Focar nos benefícios financeiros envia uma mensagem aos funcionários tradicionalmente subrepresentados de que vale a pena contratar e investir apenas porque ter "seu tipo" no mix aumenta a lucratividade da empresa. As empresas não colherão benefícios da diversidade, a menos que construam uma cultura que insiste na igualdade. Tratar as diferenças como uma fonte de conhecimento e conexão estabelece as bases para essa cultura.


No mais, por que alguém precisaria de uma justificativa econômica para afirmar a dignidade de qualquer grupo de seres humanos? Devemos fazer o investimento necessário porque isso honra a nossa própria humanidade e a dos outros e dá sentido às nossas vidas. Se os lucros da empresa custam o preço de nossa humanidade, eles estão nos custando muito caro. Como afirmam Robin J. Ely e David A. Thomas, “se as iniciativas de diversidade deixarem de levar em conta essa compensação, elas significarão pouco mais do que reorganizar as cadeiras no convés de um navio que afunda”.


O estudo completo publicado pela Harvard Business Review você pode ler aqui.


 
 
 

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Olga Martinez
Anne Hamon

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