Quem eu devo ser [ ou meu “eu” de verdade]
- Lilian Berna
- 22 de nov. de 2021
- 2 min de leitura
Me peguei pensando como o externo dita a nós quem devemos ser e que caminhos devemos seguir. Certamente, esse comando automático, altera de forma profunda [ e muitas vezes irreversível ] quem eu gostaria de escolher ser.
Algumas imposições são introduzidas de forma silenciosa em nosso caminho, “injetadas” em nossa mente, sem ao menos nos dar o direito de análise, conhecimento e escolha. Se pararmos para pensar, quem de nós nunca foi direcionado a ser: magro, bonito o tempo todo, inteligente acima da média, jovem a qualquer custo, formado em nível universitário, pós-graduado, especializado, rico, influente, famoso, bem relacionado, bilíngue, bem sucedido na vida, e a lista pode ser infinita.
Sem a possibilidade de pensar criticamente sobre cada um dos “requisitos” acima listados, vamos direcionando nossos passos para onde talvez não desejássemos ir. Todas essas imposições travestidas de escolhas interferem de forma brutal no nosso “eu essencial”.
Isso está tão enraizado na história da sociedade, que as imposições começam cedo, em casa, na escola e na família. Tomar consciência disso pode ser assustador, mas necessário.
Quantos artistas, agricultores, escritores, poetas, cozinheiros, médicos, enfermeiros, arquitetos, empreendedores perdemos por conta desse caminho imposto ao ser humano, que o rotula de acordo com sua formação profissional ou de acordo com quanto dinheiro ele ganha por mês?
Não podemos desconsiderar o efeito que isso tem na sociedade, nas famílias e nas empresas, pois, mesmo que velados, teremos pessoas frustradas com o seu “eu existente”, que de longe não é o “eu” desejado, aquele que fomos levados a esquecer desde quando crianças.
Vale lembrar que a criança está livre dessas imposições, pelo menos por um tempo. Mas para isso é necessário que os pais respeitem e incentivem o lúdico.
Aqui na Amélie, somos convidados a incentivar os sonhadores, encorajar os empreendedores, os executivos, os atletas, sem preconceitos. Simplesmente respeitando o “eu de verdade” que há em cada ser humano, único e exclusivo. Um mundo cheio de “eus” de verdade seria mais feliz, não?
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